• Sábado, 27 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Lagarta do cartucho (Sodoptera frugiperda) na cultura do milho (Zea mays)


Sexta-feira, 19 de outubro de 2007 - 09h09

Engenheira Agrônoma e Doutora pela ESALQ-USP, Coordenadora de Projetos Boviplan Consultoria.


O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, com participação média de 6% na oferta mundial deste produto. Sua produção é superada pela dos Estados Unidos, cuja participação é de quase 40%, e pela China, cuja produção equivale a 20% da oferta mundial de milho. A lagarta-do-cartucho é a principal praga da cultura do milho, por sua ocorrência generalizada e por atacar em todos os estádios de desenvolvimento da planta. A redução no rendimento da produção varia de 17,7% a 55,6%, de acordo com o estágio de desenvolvimento e dos genótipos de milho. No início do ataque, as lagartas raspam as folhas deixando áreas transparentes (figura 1). Com o seu desenvolvimento, a lagarta localiza-se no cartucho da planta destruindo-o. O estádio da planta de milho mais sensível ao ataque é o de 8-10 folhas. A época ideal de realizar medidas para o controle é quando 17% das plantas estiverem com o sintoma de folhas raspadas. Nos últimos anos, vários agricultores têm reportado falhas no controle da lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda) com a aplicação de alguns inseticidas na cultura do milho. A resistência detectada ocorreu com produtos dos grupos piretróides e organofosforados. Uma das explicações para o problema é a possibilidade da evolução da resistência do inseto a alguns inseticidas químicos. Baseado no mapeamento de risco potencial e nas informações obtidas em estudos sugere-se a rotação de inseticidas considerando-se o mecanismo de ação, a freqüência de resistência observada para os diferentes grupos químicos e a época de plantio. Para determinar as medidas de controle devem-se levar em consideração alguns fatores: ataque em plantas recém-germinadas, ataque em plantas nos estádios de desenvolvimento antes ou depois de oito folhas, volume de água para veicular os inseticidas, curva de mortalidade para os diferentes ínstares da praga, variabilidade genética de populações da praga em relação aos diferentes grupos de inseticidas, papel dos inimigos naturais no controle da praga, uso de inseticidas seletivos e ataque nas espigas. Os danos causados podem comprometer seriamente a produção. Apesar da praga apresentar o menor potencial de danos (37% de perdas na planta atacada), possui maior taxa de infestação (entre 25 e 100%). Por ser a praga de maior importância e causadora de queda na produção, é necessário que o controle seja feito de forma eficiente, ou seja, é necessário atingir o alvo com bicos adequados e usar rotação de produtos com princípios ativos e de mecanismo de ação diferentes. Quanto maior a incidência e o tamanho da praga, maior a dificuldade de controle. Bibliografia - Cruz, J.C.; Pereira Filho, I.A; Rodrigues, J.A.S.; Ferreira, J.J. Produção e Utilização de silagem de milho e sorgo. Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas – MG, 2001. - Galvão, J.C.C.; Miranda, G.V. Tecnologias de produção do milho. Viçosa, UFV – MG, 2004. - Omoto, C.; Guedes, R.N. Manejo de resistência de Spodoptera frugiperda a inseticidas na cultura do milho. Programa IRAC – BR, Mogi Mirim – SP. - www.cnpms.embrapa.br, acessado no dia 18/10/2007.
Carina Mendes – engenheira agrônoma pela Esalq/USP. Técnica da Boviplan Consultoria, na área de desenvolvimento de projetos e controle de qualidade de alimentos para nutrição animal. http://www.boviplan.com.br
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja